sábado, 17 de janeiro de 2009

O ESPETACULO É DE TODOS

Assisti ao espetáculo grandioso pela sua estrutura e organização, vivendo de perto e também correndo atrás do trio elétrico, muita gente bonita dividida entre o corredor da folia e magníficos camarotes, uma gente que parecia não cansar, sempre cantando ao som da Bahia, músicos dispostos a estar sempre levantando a multidão, mas nesse espaço posso comentar alguns momentos que me chamaram a atenção, senti falta da Bahia dos antigos baianos, me surpreendi com as lágrimas e demonstrações de emoções ditadas pelos artistas sempre que viam uma câmara de televisão indicando que estavam ao vivo para o mundo, sofri ao ver uma quantidade de pessoas transparecendo suas misérias sejam por abandono social ou por necessidade de expor uma liberdade quase insana que poderia ser confundida com felicidade aos olhos dos menos sensíveis, mais é carnaval, nossas fraquezas e fortalezas entram na magia da festa pela porta da frente sem nem mesmo avisar, abrem a porta sem a menor cerimônia, os rituais vão da euforia ao obsceno, mesmo quando uma cantora no alto do seu trio elétrico manifesta o desejo de rezar o “Pai Nosso” a mesma fica frustrada por não alcançar o “venha nós ao vosso reino”, as vaias não deixavam somadas as mais variadas manifestações contra aquela atitude, pareciam que todos concordavam em não querer ninguém para reinar, perdoar ou situações semelhantes o que todos queriam mesmo era extravasar e a cantora atendeu aos donos da festa, fiquei enlouquecido, é esse o país que eu quero morar, de uma gente que sabe o que quer, toma decisões e não o país em que vivo, onde se passa o ano inteiro pagando e sendo subserviente dos nossos governantes, que gente linda é essa pelas quais estou cercado nessa intensa alegria, não as conheço, tenho apenas a sensação de que vivemos em paises distantes. Será que são as mesmas pessoas? Não consigo acreditar, mas são sim, elas passam o ano inteiro assistindo o espetáculo da pressão dos gastos absurdos com dinheiro público e calam-se, mas na avenida do carnaval ditam o que querem, reprimem seus sentimentos na vida e liberam entre as cordas da alegria do carnaval baiano. Cordas intensamente puxadas aos empurrões pelos cordeiros que demonstram o em suas fáceis a cara do meu país, não deste país no qual tomo abrigo por algumas horas. Nesse espaço privado, mas que geopoliticamente deveria ser publico todos ao aproximarem da corda mostram medo, menos quando estão mascarados, o importante é que a festa continuou noite a dentro, encantando a todos, basta acordar na quarta feira de cinzas ou porque não ficar aceso até as cinzas, seguindo o arrastão dos que seguravam a corda, dos que dividiam mundos e que correm felizes por duas horas pensando que a festa tinha sido feito pra eles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário